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Amanhecer [album • 2011]

by João da Ilha

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1.
Já sei que estás para chegar Espero por ti na ponta do cais O teu navio vem devagar A espera é longa demais Já sei que és buliçoso Trazes mar e sal no olhar Apresentas algo novo Nesse mundo quero morar Nas profundezas do oceano As incertezas de um mundo perdido Quero navegar o lado sobre-humano Para encontrar o meu Tesouro Escondido Agora sei, és especial E nada tens de temeroso O teu segredo afinal O horizonte fabuloso Já sei o que me vens dizer Que a travessia é abissal Do sol se pôr ao sol nascer Entro num rumo ancestral
2.
Como quem passa devagarinho Por caminho estreito Delicada e de mansinho Chegaste à minha vida E eu esperava por ti Tocado em maravilha Por teu olhar que me conforta Por tua boca que me transporta Para outros mundos Para outros sonhos Para o deserto, que na verdade De deserto nada tem, e tudo nele Representa a imensidão Do que tens para oferecer Como uma ave que voa, voa Avista a terra e o mar Como o oásis, que na verdade É paraíso insular Como quem chama por carinho Com o olhar desperto Como quem ama devagarinho Entraste no meu mundo E eu esperava por ti Em meu sonho profundo Com teu olhar que me conforta Com o teu toque que me transporta São os nossos sonhos São os nossos mundos
3.
Tempo I 04:24
Há quanto tempo que o tempo parado Se arrasta Na hora em que tu não estás, Há quanto tempo que o tempo parado Se atrasa Na hora em que eu te espero E desespero, Olhando o tempo E desespero, Parado a teu lado Olhando o tempo Parado a teu lado, Que te prende Te retém E se detém Olha o tempo parado Que se atrasa Se arrasta E se demora (Há quanto tempo que o tempo se arrasta E se demora p’ra mostrar que a vida é devagar Há quanto tempo que o tempo nos mostra Que é preciso abrandar para viver)
4.
Campos vazios Tanga na mão Um dos conceitos desta Nação A culpa é do Centro A culpa é do lado São só mistérios e ilusão A culpa é da treta Que ninguém se meta Eu vou sair desta Ruína Eu estou arruinado Neste país da treta Lojas vazias O fim dos dias Um dos destinos desta Nação A culpa é do Norte A culpa é do Sul São só mistérios e confusão A culpa é da treta Que ninguém se meta Eu vou sair desta Ruína E esta Ruína, tão superfina Anda cheia de peculatos E esta Ruína, é uma mina Lá no mundo dos fatos
5.
Cinco pedras tenho eu Para jogar ao tabuleiro Da sorte que Deus me deu Hei-de ter um pão inteiro Jogo das cinco pedras É jogo de diversão Jogo das cinco pedras É perder ou ganhar ao pão Pão inteiro se partiu Porque alguém o precisou Quem assim o dividiu Da sua alma partilhou Que raio de jogo é este Que se joga ao alimento Que raio de jogo é este Que se luta pelo sustento Jogo das cinco pedras É jogo de tabuleiro Jogo das cinco pedras Não se fala em dinheiro Pedra para o pão Pedra para o fado Pedra para os céus Que a Deus agrado Pedra para o chão Outra para o Sado Cinco pedras já se foram O jogo está acabado.
6.
Homem das cantigas Dos tempos modernos Ainda fazes rimas Contra os teus governos Rimas de verdade E de revolução Mostram sem piedade O mal desta nação Mal dos que têm poder Sem o saber usar Dos que mais querem ter Para do povo abusar Homem das cavernas Dos tempos antigos Aguenta-te nas pernas Lá nos teus abrigos Homem das cantigas Dos tempos modernos Ainda fazes rimas Contra os teus governos Homem das cantigas O povo é tua gente Assim que tu o digas Cantemos em frente
7.
Muito velho, fica velho Porque-lhe custa a acreditar Que alguém muito mais novo Possa algo-lhe ensinar Lhe ensinar sobre a vida Até mesmo sobre a morte Que isto de gente sabida Não é caso de se ter sorte Ó Meu Velho! Ficas velho De ser tanto sabichão Ouve o novo, Abre os olhos Abre também o coração Muito velho fica velho De tanto resmungar De não ter feito em novo O que agora quer ensinar Ensinar o que não Viveu nem viverá Porque se assim continuar Sem ter feito morrerá Ó Meu Velho! Ficas velho De ser tanto resmungão Fecha a boca, Abre a mente Abre também o coração Música e letra • João da Ilha
8.
Levaste contigo um bocado do meu peito Lá dentro ia todo o meu respeito Levaste contigo todo o meu sentir Agora já não sei o que te pedir Levaste contigo grande parte do meu ser Tudo o que um dia eu viria a pretender Levaste contigo uma parte do meu sonho Por ti já nem as mãos no fogo eu ponho És sombra de mim És parte de mim Quero ter-te aqui Só para sorrir És parte de mim És sombra de mim Quero ter-te aqui Só para sorrir, e nada mais Levaste contigo uma parte da minh’ alma Tudo o resto e toda a minha calma Levaste contigo o que eu tinha p’ra dizer Já não vou atrás de ti a correr Levaste contigo parte do meu coração Se penso em ti o sangue escorre para o chão Levaste contigo o meu livro de histórias E agora já nem tenho as tuas memórias Levaste contigo todo o meu amor Tudo o que eu tinha p’ra te dar de melhor Levaste contigo o meu sorriso E essa é a parte de que eu mais preciso.
9.
Na floresta encantada acordei Num raio de azul Nobre madrugada, passei Em cor e luz Esse foi o prenúncio De um novo mundo Que aguçou meu desejo De partir E foi então que fui viver, viver, viver Num outro mundo a sorrir, sorrir, sorrir P’ró outro lado a correr, correr, correr/ a correr e a dizer Por entre a luz, descobrir/ o que fui descobrir Na estrada percorrida tropecei Num tesouro Que trazia magia De oricalco E foi esse o anúncio Do caminho trilhado Confirmou o tal desejo De partir
10.
Esse lado bom Que preenche a vida ao nascer Só muda de tom Se hesitarmos a escolher Esse teu olhar Que brilha ao longe mais que o sol É o inspirar Das nuvens de arrebol Esse lado bom da vida Que acompanha o viver É o sonho à deriva Desejando o amanhecer Eu sei de cor, o meu sonhar E sei de cor, o alvorar Sei de cor… ai sei de cor… Este lado bom Que tens no mundo ao acordar É o nosso dom E de aconchego vem chamar Esse teu sorrir Que vem no sopro do coração É o consentir Das ondas de emoção
11.
No berço que a Ilha encerra Bebo as rimas deste canto No mar alto desta terra Nada a razão do meu pranto Mas no terreiro da Vida O Jantar serve de ceia E mesmo a dor mais sentida Dá lugar à Sapateia Oh Meu bem, oh Chamarrita Meu alento e vai e vem Vou embarcar nesta dança Sapateia, oh meu bem. Se a Sapateia não der P’ra acalmar minha alma inquieta Estou p'ro que der e vier Nas voltas da Chamarrita Chamarrita, Sapateia Eu quero é contradizer O alento desta Bruma Que às vezes me quer vencer

about

“Amanhecer” surgiu na sequência do EP “Pulsação” (2009) como progressão natural de uma ideia musical que se afirmava num estilo próprio, cruzando influências de música tradicional portuguesa sobretudo de raízes açorianas, com correntes contemporâneas da música popular, que vão do pop ao jazz passando pela world music.

Além dos músicos Nuno Carpinteiro e Sandro Maduro, o coletivo passou a contar com Rui Rosado "Ruca", veterano e carismático percussionista setubalense. As gravações ficaram a cargo de Carlos Barreto Xavier, que também esteve encarregue da direção musical e ainda participou como músico convidado.

Editado a 10 de dezembro de 2011, o alinhamento do álbum que primou pelas composições originais, incluiu também uma versão da canção açoriana "Chamateia" dos autores Luís Alberto Bettencourt e António Melo Sousa.

credits

released December 10, 2011

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Créditos:

Voz, guitarras acústicas • João da Ilha
www.facebook.com/joaodailha
Acordeão • Nuno Carpinteiro
www.facebook.com/nuno.carpinteiro.9
Baixo eléctrico, coros • Sandro Maduro
www.facebook.com/sandromaduro
Bateria • Rui Rosado "Ruca"
www.facebook.com/rui.r.ruca
Teclados [faixas #1 e #2] • Carlos Barreto Xavier (convidado)
www.facebook.com/carlos.barretoxavier

Produção e arranjos • Carlos Barreto Xavier e João da Ilha (Quarteto)
Gravação, mix e master • Carlos Barreto Xavier e Pedro Almeida
Estúdio BBS, Vendas Novas - Évora (entre Abr. e Jul. 2011)
www.facebook.com/pedromiguel.dealmeida.1

Videoclipe • Pedro Semedo e Mário Guilherme
www.facebook.com/garagemprod
Arte gráfica • Sofia Bragança
www.facebook.com/tchu.project
Fotografia • Fernando Galiére
www.facebook.com/fernando.galiere
Sítio na Internet • helder k
helderk.com

Músicas e letras • João da Ilha, exceto:
Autoria da letra [faixa #3] • Encandescente
Co-autoria da música [faixa #3] • João Ornelas Mendes
Co-autoria da música [faixa #4] • Sandro Maduro
Autoria da letra [faixa #11] • António Melo Sousa
Autoria da música [faixa #11] • Luís Alberto Bettencourt

©℗ 2011 • João da Ilha

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